Pesquisas recentes da Confederação Nacional da Indústria (CNI) apontaram que a Indústria de Transformação, iniciou o ano de 2024 com crescimento de diversos Indicadores Industriais. Mas afinal, o que é a Indústria de Transformação e como ela impacta o andamento dos mais diversos setores do mercado brasileiros?
Em suma, fazendo jus ao nome descritivo, esta indústria converte matéria-prima em produto final ou intermediário (a ser transformado novamente). Tal atividade industrial é subdividida em três principais setores de atuação:
- Bens de capital: fabricação de produtos que compõe a produção de outros bens, ou seja, o bem de capital não está diretamente ligado ao produto final, e sim incorporado no processo produtivo.
Exemplos: fábricas, equipamentos, máquinas e ferramentas.
- Bens intermediários: elaboração de produtos que participarão de outras transformações posteriores, em indústrias distintas.
Exemplos: produtos minerais, químicos, metalúrgicos e têxteis, papel e celulose, borracha e plásticos.
- Bens de consumo: disponibilização de bens destinados ao consumidor final, satisfazendo necessidades. Esta subdivisão é composta por dois tipos de indústrias - de bens duráveis (ex.: eletrônicos) e não duráveis (ex.: alimentos e remédios).
Pertencente ao setor industrial e investindo em peso em tecnologia e inovação, a Indústria de Transformação demonstra influência e importância por desempenhar papel estratégico no fortalecimento do setor produtivo brasileiro como um todo. Além disso, expressa presença por ser responsável pela fabricação da maior parte dos produtos comprados e consumidos pela população brasileira, bem como pela produção de insumos, equipamentos e máquinas.
Como demonstração da imponência e capacidade de crescimento do setor das indústrias de transformação, atesta-se que ela gera quase 7 milhões de empregos atualmente no Brasil, é responsável por mais de 65% dos investimentos empresariais em desenvolvimento e pesquisa e que, a cada real produzido por esta, geram-se R$ 2,67 na economia do país.
Atualmente, o ramo de Indústrias de Transformação é tão vasto que a CNAE, Classificação Nacional de Atividades Econômicas, divide as atividades em 24 grupos de acordo com mercadorias produzidas e atuação. São eles:
- Indústria de alimentos;
- Indústria de bebidas;
- Indústria de produtos do fumo;
- Indústria de produtos têxteis;
- Confecção de vestuário e acessórios;
- Preparação de couros e fabricação de mercadorias de couro;
- Indústria de produtos de madeira;
- Indústria de celulose, papel e produtos de papel;
- Impressão e reprodução de gravações;
- Indústria de produtos derivados do petróleo e de biocombustíveis;
- Indústria de químicos;
- Indústria de produtos farmoquímicos e farmacêuticos;
- Indústria de produtos de borracha e de material plástico;
- Indústria de produtos de minerais não-metálicos;
- Metalurgia;
- Indústria de produtos de metal, exceto máquinas e equipamentos;
- Indústria de equipamentos de informática, produtos eletrônicos e ópticos;
- Indústria de máquinas, aparelhos e materiais elétricos;
- Indústria de máquinas e equipamentos;
- Indústria de veículos automotores, reboques e carrocerias;
- Indústria de outros equipamentos de transporte, exceto veículos automotores;
- Indústria de móveis;
- Indústria de produtos diversos;
- Manutenção, reparação e instalação de máquinas e equipamentos (quando realizada por unidades especializadas).
De acordo com as últimas pesquiss da CNI, a Indústria de Transformação "mantém ritmo aquecido".
Em análises, índices como faturamento (+2,4%), horas trabalhadas (+2,3%) e emprego (+0,5%) apresentaram progresso constante desde dezembro de 2023.
Com relação às métricas de massa salarial e utilização da capacidade instalada (UCI), ambas mantiveram estabilidade no mês de fevereiro, registrando, respectivamente, -0,1% e 78,7%.
Apenas um dos indicadores medidos exibiu decrescimento: o rendimento médio dos trabalhadores. De janeiro á fevereiros de 2024, este índice decaiu em -0,5%. Entretanto, mesmo que enfraquecido nos primeiros dois meses do ano, quando comparado com o mês de fevereiro de 2023, o rendimento dos trabalhadores está 3,2% maior.
Pelas palavras de Marcelo Azevedo, gerente de Análise Econômica da CNI, "Alguns pontos que podem estar proporcionando um ambiente econômico mais favorável para indústria de transformação são a inflação moderada, a Taxa Selic em queda, a expectativa de melhora nas concessões de crédito em 2024 e o caráter aquecido no qual o mercado de trabalho se encontra".
Fontes e Referências:
CNI - https://www.portaldaindustria.com.br/estatisticas/indicadores-industriais/ e https://www.portaldaindustria.com.br/industria-de-a-z/industria-de-transformacao/
Usinagem Brasil - https://www.usinagem-brasil.com.br/57623-industria-de-transformacao-em-ritmo-aquecido-avalia-cni/